12 de fevereiro de 2010

O Polvo


O jornal “O Sol” é hoje publicado como inicialmente programou, com todas as escutas que escolheram mostrar, com todos os nomes que decidiram mencionar, logo podemos concluir que de facto existe censura em Portugal e se dúvidas ainda subsistissem bastava ouvir as declarações em directo, na Sic, de Manuela Moura Guedes, onde esta afirma, sem margem para qualquer dúvida, que existe censura. É pena é que o facto de ela o poder afirmar é a prova como não existe. Como diria o outro “pormenores”.

O título do “Sol” é curioso e intrigante. O Polvo é um molusco que nunca me causou especial empatia e que salvo raros casos de boa culinária, normalmente dispenso.
O rosto do suposto polvo na capa do “Sol” deverá ser interpretado como uma personificação de poder na pessoa do primeiro ministro, confesso que a fisionomia de Cavaco Silva seria bem mais expressiva e até reveladora mas a opção editorial pertenceu a esse guru do jornalismo, José António Saraiva decerto influenciado pelo lado feminino de Felícia Cabrita.
O Polvo é um predador que se alimenta de peixes, crustáceos e invertebrados, tal como os órgãos de comunicação social se alimentam de escândalos, fraudes ou ainda de desgraças. Os oito braços com fortes ventosas que caracterizam o polvo podem também ser comparados aos mais diversos meios de comunicação ao dispor dos mais variados interesses políticos, que fixam as opiniões e que criam movimentos de contestação.
A maioria dos polvos são capazes de libertar uma densa nuvem de tinta negra que os ajudam a escapar de outros predadores. A nuvem de tinta também possui cheiro, sendo capaz de confundir os outros que dependem muito do olfacto para localizar a presa. Seria uma comparação muito forçada a da tinta negra com as letras impressas do “Sol” e ainda mais forçada a questão do cheiro, até porque ainda só vi a capa online, mas registo aqui a minha tentação de o fazer.
O polvo é ainda conhecido por ter a capacidade de se camuflar, podendo alterar a cor aparente e a opacidade da sua epiderme, contém pigmentos de cores como amarelo, laranja, vermelho, castanho e preto. Curioso que ia jurar que os polvos me pareciam todos cor de rosa, deve ser erro da wikipédia.
Para último deixei a comparação que mais me apaixonou. A polvo fêmea (Sol/Felícia Cabrita/JAS/Comunicação Social) pode ser fecundada por um ou mais parceiros sexuais. Quando aceite pela fêmea, os espermatozóides (escutas) do polvo macho (Sócrates) são introduzidos. O polvo macho (Sócrates) morre num período de alguns meses após a cópula. A fêmea, após a fecundação, pode guardar os espermatozóides (escutas) por semanas até que os óvulos estejam maduros.

Conclusão: Os polvos estão em guerra pela sobrevivência, e os tubarões estão à espreita.
FM

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