Faro foi palco de uma acção policial ao melhor estilo de Hollywood. A polícia apareceu, sem ser convidada, num casamento cigano que durava já há dois dias e irrompeu por ali a dentro com os seus 80 elementos, numa demonstração de força e autoridade.
"A nossa intenção foi especialmente mostrar aos indivíduos que não temos receio de intervir onde quer que seja e quando é preciso, e para dar algum sentimento de segurança aos moradores", explica Victor Rodrigues, comandante operacional da PSP de Faro.
Faro apresenta-se como um dos últimos bastiões das barracas do nosso país. Quando muitas outras câmaras foram capazes de acabar com as barracas, Faro parece ter aumentado o seu número. O acampamento em causa, para quem não conhece, até tem ligações directas de água ao depósito, e dizem os técnicos que lá têm que ir, que as casas de banho são as próprias paredes do depósito da água e às suas imediações, “só com máscara lá podemos ir”.
Correndo o risco das generalizações e de parecer xenófobo, o que é certo é que a grande maioria dos ciganos deste acampamento, do outro à entrada de Faro pela Estrada de S. Brás (junto ao modelo) e ainda os restantes da Horta da Areia não passam de um bando de marginais, que desde o pequeno delito aos crimes mais violentos, tudo fazem para ir sobrevivendo. A nossa educação hoje permite-nos ter o conhecimento de que estes “guetos” têm sempre uma explicação e que a sociedade deverá ser responsável pela sua integração. O que se passa com os ciganos é que eles rejeitam a integração, têm orgulho na sua singularidade e consequente miséria.
Que problema nos causa a nós? Somos nós quem lhes paga o rendimento mínimo, somos nós quem lhe paga os tratamentos de saúde, somos nós quem lhes paga a educação, somos nós quem lhes paga os abonos de família, em suma somos nós quem lhes paga TUDO. Não deveríamos nós ter para com estes cidadãos exigências mínimas de bom comportamento e de respeito? Não deveriam eles perder os seus rendimentos quando sabemos que têm rendimentos provenientes da venda dos mais variados produtos?
Rui Rio, no Porto, impôs regras rígidas para que todos os moradores em casas da Câmara cumprissem, ou em alternativa teriam a prisão e a rua. Aqui, Macário Correia deveria sim reintegrar todos estes cidadãos nas suas casas de habitação social, mas exigir deles cumprimento integral das leis, ao mínimo deslize perdem-se os benefícios. Os ciganos sérios e honestos assinarão por baixo estas condições.
Termino apenas dizendo que na minha vida profissional cruzo-me com ciganos que considero trabalhadores, honestos e merecedores do maior respeito mas estes já deixaram as barracas há muito tempo, continuam com as suas tradições, com a sua identidade mas souberam adaptar-se à sociedade onde vivem.
FM