15 de junho de 2010

Governo ataca Scut's

No dia em que são publicados, no Diário da República, os diplomas que consagram as portagens nas concessões do Norte Litoral, Costa da Prata e Grande Porto, o secretário de Estado Paulo Campos afirma que «serão desenvolvidos novos estudos para aferir nas restantes auto-estradas sem custos para o utilizador da verificação relativamente aos critérios que estão definidos», incluindo-se neste pacote a A22 (Via do Infante).
O Governo fez ainda saber que está a contar com o dinheiro das portagens nas SCUT para cumprir o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC). Na conferência de imprensa, Paulo Campos disse que a cobrança de portagens em algumas SCUT a partir de 1 de Julho acontece porque já estava previsto no PEC, porque essas estradas têm alternativas e porque estão cumpridos os critérios de desenvolvimento económico naquelas regiões.
No caso da A22 senhor secretário de Estado, a não ser que se desloque com escolta policial, não existe alternativa a esta Via porque a actual EN125 está completamente estrangulada de trânsito. Calculando um aumento nesta via de apenas 30% com a taxação da A22, é muito fácil constatar a paralisação do trânsito em certos troços da EN125. Digamos que o Turismo de qualidade que defendemos lá fora não ficará bem servido quando tiverem que levar 2 horas para chegar onde antes levavam 30 minutos. Os moradores e trabalhadores locais deverão e começarão a recorrer aos atalhos e restantes estradas secundárias provocando uma mais rápida destruição dos troços rodoviários municipais, causando mais um problema aos seus municípios.
O aeroporto de Faro que está a ser alvo de um forte investimento, público e privado, perde desta forma argumentos contra os aeroportos espanhóis, pois não tenhamos dúvidas que os custos de transporte têm hoje um forte impacto nas escolhas dos turistas.
A propalada reorganização e renovação da EN125 avança a passo de caracol, enquanto os ecos de introdução de portagens parecem vir de TGV. Esperamos todos sr. secretário de Estado que os estudos que vai encomendar não sejam feitos de forma a atingir determinados resultados já pré-decididos.
FM

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