19 de março de 2010

Prendas sim ou prendas não?


O jornal “Sol” é todas as quintas feiras foco para um post deste blogue. Começa a tornar-se um hábito. Bom ou mau, quem passa por aqui assim o decidirá.

Desta vez é a lista de prendas que, alegadamente, terão sido entregues às pessoas referidas na mesma lista. Duas questões se levantam, esta lista foi truncada pelo “Sol” escolhendo os nomes a dedo? Existem provas concretas que confirmem a entrega desta prendas não correndo o risco de o “Sol” ser desmentido durante a semana? Eu não sei, mas desconfio.

Por outro lado devemos nós reflectir sobre o fenómeno da corrupção e se estas prendas assim podem ser consideradas. O meio empresarial é concorrencial, competitivo e complexo, aos gestores de todas as empresas cabe a função de conseguir resultados e vantagens para a sua sociedade. Os métodos e meios que cada empresário utiliza é que criam ou não corrupção.
Qual a empresa que não presenteia os seus parceiros de negócios? Qual a empresa que não cria “escalões” de presentes para as diferentes hierarquias dos seus parceiros? Sejam públicos ou privados. A intenção é corromper? Ganhar benefícios? Não me parece. A realidade que conheço mostra-me que estas prendas apenas pretendem manter as portas abertas para futuras colaborações, apenas pretendem favorecer e criar redes de contactos com um nível de relacionamento e confiança que superem as relações frívolas de um mero negócio ou projecto. Será corrupção? Na letra da lei será certamente mas nas várias letras com que escrevemos as páginas reais das nossas vidas serão apenas acções que visam reacções positivas.
A verdadeira corrupção é aquela que ultrapassa os limites da ética, aquela que pretende decisões que violem a lei em benefício de uma ou mais entidades. A verdadeira corrupção é quando se fazem favores para colher benefícios futuros, prejudicando aqueles que socialmente mais desfavorecidos não têm o mesmo poder de influenciar. A verdadeira corrupção é aquela que subverte os normais incentivos de mercado privilegiando mais os possíveis contactos que o empresário possa ter, do que a verdadeira qualidade do produto. Esta corrupção não se regista em listas, nem tem qualquer forma física ou visível. Esta corrupção vive normalmente dentro de malas cheias de dinheiro ou até mesmo em certos paraísos fiscais espalhados pelo mundo, esta corrupção deambula muitas vezes em redes de grande empregabilidade familiar.
O “Sol” apenas pretende misturar estes diferentes conceitos de corrupção e estigmatizar uma vez mais o Eng. Sócrates e o seu governo, classificando-o como corrupto. As sondagens parecem mostrar que os ataques começam a fazer ricochete e a atingir quem os faz.
FM

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